A Santificação

sábado, 2 de maio de 2009

1. Termos Bíblicos Para Santificação e Santidade

a. Termos do Velho Testamento

A palavra veterotestamentária para “santificar” é qadash ( ), verbo empregado nas formas do niphal, do hiphil e do hithpa’el. O substantivo correspondente é qodsh , enquanto que o adjetivo é qadosh.

Alguns são de opinião que o vocábulo qadash é relacionado com chadash, significando “brilhar”. Isso estaria em harmonia com o aspecto qualitativo da idéia bíblica de santidade, a saber, a de pureza.

Outros, com maior grau de probabilidade, derivam-no da raiz qad, significando “cortar”. Isto faria da idéia de separação a idéia original. A palavra indicaria, então, isolamento, separação, ou majestade. Esta significação é, com toda probabilidade, a idéia fundamental expressa.

b. Termos do Novo Testamento

b.1 O Verbo hagiazo ( ): O verbo hagiazo é derivado de hagios ( ), que, como a palavra hebraica qadosh, expressa primeiramente a idéia de separação. Todavia, é empregado em vários sentidos diferentes no Novo Testamento, vejamos:

i. É empregado num sentido mental, com referência a pessoas ou coisas (Mt 6:9; Lc 11:2; I Pe 3:15). Em casos como esses, significa “considerar um objeto como santo”, “atribuir santidade a”, ou “reconhecer sua santidade por palavra ou ato”.

ii.

2. A Doutrina da Santificação na História

Antes da Reforma, Agostinho, que cria na corrupção total da natureza humana, ocasionada pela queda, pensava na santificação como uma nova comunicação da vida divina, uma nova energia infusa, operando exclusivamente dentro dos limites da igreja e mediante os sacramento.

Os Reformadores davam ênfase à antítese de pecado e redenção. Eles faziam clara distinção entre justificação e santificação, considerando a primeira como um ato legal da graça divina, afetando a posição judicial do homem, e a última como uma obra moral ou recriadora, mudando a natureza interior do homem. Embora profundamente convictos de que o homem é justificado somente pela fé, também compreendiam que a fé que justifica não está sozinha. A justificação é imediatamente seguida pela santificação, visto que Deus envia o Espírito santo de seu filhos aos corações dos que Lhe pertencem, tão logo são justificados.

3. A Idéia Bíblica de Santidade e Santificação

No Velho Testamento, a qualidade da santidade aplica-se primeiramente a Deus, e, aplicada a Ele, sua idéia fundamental é a de inacessibilidade. Esta se baseia no fato de que Deus é divino e, portanto, absolutamente distinto das criaturas. O pecador fica ciente da sua impureza quando esta é contrastada com a majestosa pureza de Deus (Is 6). Em contraste com a santidade de Deus, o homem se sente não meramente insignificante, mas positivamente impuro e pecaminoso, e, como tal, como objeto da ira de Deus. Deus revelou no Velho Testamento a sua santidade de várias maneiras: ele o fez com terríveis juízos sobre os inimigos de Israel, separando para Si um povo. Num sentido derivado, a idéia de santidade também é aplicada a coisas e pessoas que são colocadas numa relação especial com Deus; são chamadas “santas”, visto serem consagradas a Deus. Uma pessoa podia ser sagrada e, todavia estar inteiramente vazia da graça de Deus em seu coração.. na antiga dispensação, como na nova, a santidade ética resulta da influência renovadora e santificante do Espírito Santo.

No Novo testamento raramente se atribui santidade a Deus. Exceto nalgumas citações do Velho Testamento. Com toda probabilidade, a explicação para isso está nop fato de que a santidade, no Novo Testamento, projeta-se como a característica especial do espírito santo, por quem os crentes são santificados (II Ts 2:13; Tt 3:5). A palavra hagios (agioj) é empregada em conexão com o Espírito de Deus cerca de cem vezes.

Pode-se, portanto, definir a santificação como a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.

4, A Natureza da Santificação

a. É Uma Obra Sobrenatural de Deus

A santificação consiste, fundamentalmente e primariamente, de uma operação divina na alma pela qual a santa disposição nascida na regeneração é fortalecida e os seus santos exercícios são aumentados. É essencialmente uma obra de Deus, embora, na medida em que Deus emprega meios, possamos esperar que o homem coopere, pelo uso adequado desses meios (I Ts 5:23; Hb 13:20,21). Não é uma obra do homem (Ef 3:16; Cl 1:11).

b. Consiste de Duas Partes

b.1 Na Mortificação do Velho Homem: Esta expressão denota o ato de Deus pelo qual a contaminação e a corrupção da natureza que resultam do pecado são removidos gradativamente. O velho homem é a natureza humana na medida em que é dirigida pelo pecado (Rm 6:6; Gl 5:24).

b.2 Na Vivificação do Novo Homem: É o ato de Deus pelo qual a disposição santa da alma é fortalecida. A velha estrutura do pecado vai sendo posta abaixo, e uma nova estrutura é erguida em seu lugar. Estas duas partes da santificação não são sucessivas, mas, sim, simultâneas (Rm 6:4,5; Cl 2:12; Cl 3:1,2; Rm 6:11; Gl 2:19).

c. Afeta o Homem Todo

A santificação ocorre na vida interior do homem, no coração, e este não pode ser mudado sem se mudar todo o organismo do homem. A santificação afeta tanto o corpo como a alma (I Ts 5:23; II Co 5:17; Rm 6:12). A santificação do corpo tem lugar principalmente na crise da morte e na ressurreição dos mortos. Finalmente, transparece na Escritura que a santificação afeta todos os poderes ou faculdades da alma: o entendimento (Jr 31:34; Jo 6:45); a vontade (Ez 36:25-27; Fp 2:13); as paixões (Gl 5:24) e a consciência (Tt 1:15; Hb 9:14).

d. É Uma Obra de Deus na Qual os Crentes Cooperam

Quando se diz que o homem participa na obra de santificação, não significa que o homem é um agente independente em ação, mas apenas que Deus efetua essa obra em parte pela instrumentalidade do homem como ser racional, requerendo dele devota a inteligente cooperação com o Espírito.

Que o homem precisa cooperar com o Espírito de Deus se deduz dos seguintes pontos:

i. Das repetidas advertências contra males e tentações que claramente implicam que o homem deve agir evitando-os (Rm 12:9,16,17; I Co 6:9,10; Gl 5:16-23).

ii. Das constantes exortações a um viver santo (Mq 6:8; Jo 15:2; Rm 8:12; Gl 6:7,8)

5. As Características da Santificação

i. É uma obra cujo autor é Deus, e não o homem. Nada obstante, ela difere da regeneração em que o homem pode e tem o dever de lutar pela santificação permanentemente crescente, utilizando os meios que Deus colocou a seu dispor (II Co 7:1; Cl 3:5-14; I Pe 1:22).

ii. Ela tem lugar, em parte, na vida subconsciente, e como tal é uma operação imediata do espírito; mas também, dá-se na vida consciente, e, neste caso, depende do uso de certos meios, tais como o exercício da fé.

iii. É um processo longo que jamais alcança a perfeição nesta vida.

iv. Ao que parece, a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte, ou imediatamente após a morte, no que se refere à alma, e na ressurreição quanto ao concernente ao corpo (Hb 12:23; Ap 14:5; Fp 3:21).

6. O Autor e os Meios da Santificação

A santificação é uma obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo (Rm 8:11; Rm 15:16; I Pe 1:2). O homem não merece credito algum pela contribuição que lhe dá instrumentalmente. Na medida em que a santificação tem lugar na vida subconsciente, é efetuada pela operação imediata do Espírito Santo. Mas como obra realizada na vida consciente dos crentes, é feita por diversos meios, que o Espírito emprega, vejamos.

a. A Palavra de Deus: O principal meio usado pelo Espírito é a Palavra de Deus. Ela é útil para estimular a atividade espiritual apresentando motivos e incentivos e nos dá direção para essa atividade por meio de proibições, exortações, e exemplos (I Pe 1:22; I Pe 2:2; II Pe 1:4)

b. Os sacramentos: Estes podem ser considerados como uma palavra em ação, contendo uma viva representação da verdade, que o Espírito Santo torna ocasião para santos exercícios. (Rm 6:3; I Co 12:13; Tt 3:5).

c. A Direção Providencial: As providências de Deus agem em nossos afetos naturais e, assim, frequentemente aprofundam a impressão da verdade religiosa e a acionam vigorosamente (Sl 119:71; Rm 2:4; Hb 12:10).

7. Relação da Santificação com Outros estágios da Ordo Salutis

a. Com a Regeneração

A regeneração é completa de uma vez; já a santificação é um processo que produz mudanças graduais. Daí somos admoestados a aperfeiçoar a santidade, no temor do Senhor (II Co 7:1). A regeneração é o princípio da santificação. A obra de renovação, iniciada naquerla, etm prosseguimento nesta (Fp 1:6).

b. Com a Justificação:

Na aliança da graça a justificação precede à santificação e lhe é básica. Na aliança das obras a ordem da justiça e da santidade é precisamente o inverso.

A idéia católica de que a justificação habilita o homem para praticar obras meritórias é contrária à Escritura. Não basta que o pecador tenha a posição de justo diante de Deus; é preciso também que ele seja santo em sua vida interior.

c. Com a Fé:

A fé é a causa mediata ou instrumental da santificação, como também da justificação. O constante exercício da fé é necessário para haver avanço no caminho da santidade. O grau de santificação é proporcional ao vigor da fé cristã e à persistência com que se apega a Cristo.

8. O caráter Imperfeito da Santificação Nesta Vida

a. Imperfeição em Grau

Uma criança recém-nascida é, salvo exceções, perfeita em suas partes, mas não está no grau de desenvolvimento ao qual foi destinada. Justamente assim, o novo homem é perfeito em suas partes, mas, na presente vida, continua imperfeito no grau de desenvolvimento espiritual. Os crentes terão que combater o pecado enquanto viverem (I Rs 8:46; Pv 20:9 Ec 7:20; Tg 3:2; I Jo 1:8).

b. A Negação Desta Imperfeição Pelos Perfeccionistas

b.1 A Doutrina do Perfeccionismo: Esta doutrina pretende que se pode alcançar a perfeição religiosa na presente existência.

b.2 Suposta Base Bíblica Para a Doutrina do Perfeccionismo:

i. A Bíblia ordena que os crentes sejam santos, e até perfeitos (I Pe 1:16; Mt 5:48). Contudo, este mandato vale tanto para os regenerados como pra os não regenerados, desde que a Lei exige santidade desde o princípio e nunca foi revogada. E, se o mandamento implica que aqueles a quem ele chega podem cumprir a exigência, isso terá que valer para todos os homens.

ii. Muitas vezes a santidade e a perfeição são atribuídas aos crentes na Escritura (I Co 2:6; II Co 5:17; Ef 5:27; Fp 4:13). Entretanto, ambas as palavras, muitas vezes são empregadas com sentido diferente, não só no linguajar comum, mas também na Bíblia. Pessoas separadas para o serviço especial de Deus a Bíblia chama de santas, independente da sua condição e vida moral.

iii. Há exemplos de santos que levaram vida perfeita (Noé, Jó, etc). Todavia, eles não exemplos de perfeição sem pecado. Mesmo os santos mais notáveis da Bíblia são retratados como homens que tiveram seus deslizes e pecaram, nalguns casos, gravemente (Pv 20:9; I Jo 1:8-10).

iv. O apóstolo declara explicitamente que os nascidos de Deus não pecam (I Jo 3:6,8,9; I Jo 5:18). Porém, uma tradução acertada e que considere o tempo presente do verbo grego dirá “não vive na prática do pecado”, dando assim a idéia de algo contínuo.

9. A Santificação e as Boas Obras

1. Termos Bíblicos Para Santificação e Santidade

a. Termos do Velho Testamento

A palavra veterotestamentária para “santificar” é qadash ( ), verbo empregado nas formas do niphal, do hiphil e do hithpa’el. O substantivo correspondente é qodsh , enquanto que o adjetivo é qadosh.

Alguns são de opinião que o vocábulo qadash é relacionado com chadash, significando “brilhar”. Isso estaria em harmonia com o aspecto qualitativo da idéia bíblica de santidade, a saber, a de pureza.

Outros, com maior grau de probabilidade, derivam-no da raiz qad, significando “cortar”. Isto faria da idéia de separação a idéia original. A palavra indicaria, então, isolamento, separação, ou majestade. Esta significação é, com toda probabilidade, a idéia fundamental expressa.

b. Termos do Novo Testamento

b.1 O Verbo hagiazo ( ): O verbo hagiazo é derivado de hagios ( ), que, como a palavra hebraica qadosh, expressa primeiramente a idéia de separação. Todavia, é empregado em vários sentidos diferentes no Novo Testamento, vejamos:

i. É empregado num sentido mental, com referência a pessoas ou coisas (Mt 6:9; Lc 11:2; I Pe 3:15). Em casos como esses, significa “considerar um objeto como santo”, “atribuir santidade a”, ou “reconhecer sua santidade por palavra ou ato”.

ii.

2. A Doutrina da Santificação na História

Antes da Reforma, Agostinho, que cria na corrupção total da natureza humana, ocasionada pela queda, pensava na santificação como uma nova comunicação da vida divina, uma nova energia infusa, operando exclusivamente dentro dos limites da igreja e mediante os sacramento.

Os Reformadores davam ênfase à antítese de pecado e redenção. Eles faziam clara distinção entre justificação e santificação, considerando a primeira como um ato legal da graça divina, afetando a posição judicial do homem, e a última como uma obra moral ou recriadora, mudando a natureza interior do homem. Embora profundamente convictos de que o homem é justificado somente pela fé, também compreendiam que a fé que justifica não está sozinha. A justificação é imediatamente seguida pela santificação, visto que Deus envia o Espírito santo de seu filhos aos corações dos que Lhe pertencem, tão logo são justificados.

3. A Idéia Bíblica de Santidade e Santificação

No Velho Testamento, a qualidade da santidade aplica-se primeiramente a Deus, e, aplicada a Ele, sua idéia fundamental é a de inacessibilidade. Esta se baseia no fato de que Deus é divino e, portanto, absolutamente distinto das criaturas. O pecador fica ciente da sua impureza quando esta é contrastada com a majestosa pureza de Deus (Is 6). Em contraste com a santidade de Deus, o homem se sente não meramente insignificante, mas positivamente impuro e pecaminoso, e, como tal, como objeto da ira de Deus. Deus revelou no Velho Testamento a sua santidade de várias maneiras: ele o fez com terríveis juízos sobre os inimigos de Israel, separando para Si um povo. Num sentido derivado, a idéia de santidade também é aplicada a coisas e pessoas que são colocadas numa relação especial com Deus; são chamadas “santas”, visto serem consagradas a Deus. Uma pessoa podia ser sagrada e, todavia estar inteiramente vazia da graça de Deus em seu coração.. na antiga dispensação, como na nova, a santidade ética resulta da influência renovadora e santificante do Espírito Santo.

No Novo testamento raramente se atribui santidade a Deus. Exceto nalgumas citações do Velho Testamento. Com toda probabilidade, a explicação para isso está nop fato de que a santidade, no Novo Testamento, projeta-se como a característica especial do espírito santo, por quem os crentes são santificados (II Ts 2:13; Tt 3:5). A palavra hagios (agioj) é empregada em conexão com o Espírito de Deus cerca de cem vezes.

Pode-se, portanto, definir a santificação como a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.

4, A Natureza da Santificação

a. É Uma Obra Sobrenatural de Deus

A santificação consiste, fundamentalmente e primariamente, de uma operação divina na alma pela qual a santa disposição nascida na regeneração é fortalecida e os seus santos exercícios são aumentados. É essencialmente uma obra de Deus, embora, na medida em que Deus emprega meios, possamos esperar que o homem coopere, pelo uso adequado desses meios (I Ts 5:23; Hb 13:20,21). Não é uma obra do homem (Ef 3:16; Cl 1:11).

b. Consiste de Duas Partes

b.1 Na Mortificação do Velho Homem: Esta expressão denota o ato de Deus pelo qual a contaminação e a corrupção da natureza que resultam do pecado são removidos gradativamente. O velho homem é a natureza humana na medida em que é dirigida pelo pecado (Rm 6:6; Gl 5:24).

b.2 Na Vivificação do Novo Homem: É o ato de Deus pelo qual a disposição santa da alma é fortalecida. A velha estrutura do pecado vai sendo posta abaixo, e uma nova estrutura é erguida em seu lugar. Estas duas partes da santificação não são sucessivas, mas, sim, simultâneas (Rm 6:4,5; Cl 2:12; Cl 3:1,2; Rm 6:11; Gl 2:19).

c. Afeta o Homem Todo

A santificação ocorre na vida interior do homem, no coração, e este não pode ser mudado sem se mudar todo o organismo do homem. A santificação afeta tanto o corpo como a alma (I Ts 5:23; II Co 5:17; Rm 6:12). A santificação do corpo tem lugar principalmente na crise da morte e na ressurreição dos mortos. Finalmente, transparece na Escritura que a santificação afeta todos os poderes ou faculdades da alma: o entendimento (Jr 31:34; Jo 6:45); a vontade (Ez 36:25-27; Fp 2:13); as paixões (Gl 5:24) e a consciência (Tt 1:15; Hb 9:14).

d. É Uma Obra de Deus na Qual os Crentes Cooperam

Quando se diz que o homem participa na obra de santificação, não significa que o homem é um agente independente em ação, mas apenas que Deus efetua essa obra em parte pela instrumentalidade do homem como ser racional, requerendo dele devota a inteligente cooperação com o Espírito.

Que o homem precisa cooperar com o Espírito de Deus se deduz dos seguintes pontos:

i. Das repetidas advertências contra males e tentações que claramente implicam que o homem deve agir evitando-os (Rm 12:9,16,17; I Co 6:9,10; Gl 5:16-23).

ii. Das constantes exortações a um viver santo (Mq 6:8; Jo 15:2; Rm 8:12; Gl 6:7,8)

5. As Características da Santificação

i. É uma obra cujo autor é Deus, e não o homem. Nada obstante, ela difere da regeneração em que o homem pode e tem o dever de lutar pela santificação permanentemente crescente, utilizando os meios que Deus colocou a seu dispor (II Co 7:1; Cl 3:5-14; I Pe 1:22).

ii. Ela tem lugar, em parte, na vida subconsciente, e como tal é uma operação imediata do espírito; mas também, dá-se na vida consciente, e, neste caso, depende do uso de certos meios, tais como o exercício da fé.

iii. É um processo longo que jamais alcança a perfeição nesta vida.

iv. Ao que parece, a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte, ou imediatamente após a morte, no que se refere à alma, e na ressurreição quanto ao concernente ao corpo (Hb 12:23; Ap 14:5; Fp 3:21).

6. O Autor e os Meios da Santificação

A santificação é uma obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo (Rm 8:11; Rm 15:16; I Pe 1:2). O homem não merece credito algum pela contribuição que lhe dá instrumentalmente. Na medida em que a santificação tem lugar na vida subconsciente, é efetuada pela operação imediata do Espírito Santo. Mas como obra realizada na vida consciente dos crentes, é feita por diversos meios, que o Espírito emprega, vejamos.

a. A Palavra de Deus: O principal meio usado pelo Espírito é a Palavra de Deus. Ela é útil para estimular a atividade espiritual apresentando motivos e incentivos e nos dá direção para essa atividade por meio de proibições, exortações, e exemplos (I Pe 1:22; I Pe 2:2; II Pe 1:4)

b. Os sacramentos: Estes podem ser considerados como uma palavra em ação, contendo uma viva representação da verdade, que o Espírito Santo torna ocasião para santos exercícios. (Rm 6:3; I Co 12:13; Tt 3:5).

c. A Direção Providencial: As providências de Deus agem em nossos afetos naturais e, assim, frequentemente aprofundam a impressão da verdade religiosa e a acionam vigorosamente (Sl 119:71; Rm 2:4; Hb 12:10).

7. Relação da Santificação com Outros estágios da Ordo Salutis

a. Com a Regeneração

A regeneração é completa de uma vez; já a santificação é um processo que produz mudanças graduais. Daí somos admoestados a aperfeiçoar a santidade, no temor do Senhor (II Co 7:1). A regeneração é o princípio da santificação. A obra de renovação, iniciada naquerla, etm prosseguimento nesta (Fp 1:6).

b. Com a Justificação:

Na aliança da graça a justificação precede à santificação e lhe é básica. Na aliança das obras a ordem da justiça e da santidade é precisamente o inverso.

A idéia católica de que a justificação habilita o homem para praticar obras meritórias é contrária à Escritura. Não basta que o pecador tenha a posição de justo diante de Deus; é preciso também que ele seja santo em sua vida interior.

c. Com a Fé:

A fé é a causa mediata ou instrumental da santificação, como também da justificação. O constante exercício da fé é necessário para haver avanço no caminho da santidade. O grau de santificação é proporcional ao vigor da fé cristã e à persistência com que se apega a Cristo.

8. O caráter Imperfeito da Santificação Nesta Vida

a. Imperfeição em Grau

Uma criança recém-nascida é, salvo exceções, perfeita em suas partes, mas não está no grau de desenvolvimento ao qual foi destinada. Justamente assim, o novo homem é perfeito em suas partes, mas, na presente vida, continua imperfeito no grau de desenvolvimento espiritual. Os crentes terão que combater o pecado enquanto viverem (I Rs 8:46; Pv 20:9 Ec 7:20; Tg 3:2; I Jo 1:8).

b. A Negação Desta Imperfeição Pelos Perfeccionistas

b.1 A Doutrina do Perfeccionismo: Esta doutrina pretende que se pode alcançar a perfeição religiosa na presente existência.

b.2 Suposta Base Bíblica Para a Doutrina do Perfeccionismo:

i. A Bíblia ordena que os crentes sejam santos, e até perfeitos (I Pe 1:16; Mt 5:48). Contudo, este mandato vale tanto para os regenerados como pra os não regenerados, desde que a Lei exige santidade desde o princípio e nunca foi revogada. E, se o mandamento implica que aqueles a quem ele chega podem cumprir a exigência, isso terá que valer para todos os homens.

ii. Muitas vezes a santidade e a perfeição são atribuídas aos crentes na Escritura (I Co 2:6; II Co 5:17; Ef 5:27; Fp 4:13). Entretanto, ambas as palavras, muitas vezes são empregadas com sentido diferente, não só no linguajar comum, mas também na Bíblia. Pessoas separadas para o serviço especial de Deus a Bíblia chama de santas, independente da sua condição e vida moral.

iii. Há exemplos de santos que levaram vida perfeita (Noé, Jó, etc). Todavia, eles não exemplos de perfeição sem pecado. Mesmo os santos mais notáveis da Bíblia são retratados como homens que tiveram seus deslizes e pecaram, nalguns casos, gravemente (Pv 20:9; I Jo 1:8-10).

iv. O apóstolo declara explicitamente que os nascidos de Deus não pecam (I Jo 3:6,8,9; I Jo 5:18). Porém, uma tradução acertada e que considere o tempo presente do verbo grego dirá “não vive na prática do pecado”, dando assim a idéia de algo contínuo.

9. A Santificação e as Boas Obras

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Doutorando em Ciências da Religião (PUC-GO), Mestre em Ciências da Religião (PUC-GO), Licenciatura em Pedagogia (UVA-CE), História (UVA-CE), Matemática (UNIFAN-GO) e Bacharel em Teologia (FACETEN-Ro). Professor de Metodologia do Ensino da Matemática; Metodologia do Ensino das Ciências Naturais; Educação e Cultura; Fundamentos Epistemológicos da Educação e Educação, Sociedade e Meio Ambiente, Filosofia, Ética, Ciências Políticas (FANAP).